O meu primeiro impacto com uma lesão: o que aprendi e como sigo em frente
Quando comecei a correr, o meu principal objetivo era melhorar a saúde. Acredito que, para muitos atletas, esse é também o ponto de partida. Durante muito tempo, não me preocupei com o tipo de ténis, roupa, ou até com relógios GPS – usava apenas uma aplicação de telemóvel para monitorizar os treinos.
Tudo mudou quando surgiu a oportunidade de correr a minha primeira prova de 10 km. Ainda usava a app, mas fiquei muito satisfeito por ter feito abaixo de 1 hora, com um tempo de 58 minutos e 19 segundos. O ambiente da prova foi tão cativante que, logo de seguida, me inscrevi noutra. Já passaram 10 anos desde esse momento, e hoje em dia treino com mais cuidado, com uma seleção de roupa específica para treino e prova e, claro, um relógio GPS – se já conheces o canal, sabes que já testei alguns.
Há dois anos, comecei a seguir um plano de treino estruturado. Desde então, tenho sido rigoroso com a corrida, participando em provas de 10 km, 21 km e maratonas de 42 km. O volume de treino semanal varia entre 60 a 110 km, e já acumulei mais de 3000 km em 2024 até ao momento. Além disso, tenho dado mais atenção ao reforço muscular e à nutrição.
No entanto, apesar de todo o progresso, a verdade é que não tenho a melhor técnica. Ainda coloco o calcanhar no chão primeiro e tenho uma cadência baixa, mas estar consciente dessas falhas já é o primeiro passo para melhorar. Recentemente, algo aconteceu que me fez parar e refletir.
O primeiro sinal de alerta
Há cerca de duas semanas, comecei a sentir uma dor, ou melhor, um ardor na perna esquerda, na parte superior. Nunca tinha experienciado nada assim. Já tive pequenas dores durante treinos e provas, mas nada que durasse mais do que um ou dois dias. Decidi consultar um médico, que já participou no canal num dos projetos.
Depois de partilhar o que estava a acontecer, resolvemos fazer um raio-x e uma ecografia. E já que estava no médico, aproveitei para abordar outra questão: sempre que me estico numa determinada posição, ouço um ruído oco vindo da zona da virilha. O médico desvalorizou isso, mas marcámos os exames de qualquer forma.
O diagnóstico
Passados quatro dias, recebi os resultados dos exames. O relatório indicava uma pequena rutura de fibras no músculo da perna esquerda com um hematoma, uma calcificação no quadril esquerdo e sinais leves de desgaste na articulação.
Marquei uma consulta com a equipa médica, que me deu indicações claras:
- Para a rutura de fibras, seria necessário aplicar gelo e dar tempo de recuperação.
- Para a calcificação e desgaste na articulação, o foco seria o reforço muscular.
Aqui, percebi um dos meus maiores erros: quando começamos a treinar de forma mais séria, é fundamental incluir um reforço muscular mais intenso. Apesar de já o fazer, claramente não estava a ser suficiente. Além disso, a flexibilidade foi algo que negligenciei completamente.
Impacto emocional e como seguir em frente
Confesso que este contratempo foi um golpe duro, principalmente porque acabei de anunciar um novo projeto para o canal. Foi um momento de reflexão e, admito, de alguma frustração.
A consulta com o médico trouxe-me algum alívio. Em relação à rutura de fibras, o foco será no descanso e no gelo, e vou testar novamente a perna dentro de uma semana. Durante este tempo, planeio introduzir mais treino de bicicleta para manter o que já conquistei. Sobre a calcificação na anca, o médico desvalorizou a gravidade e recomendou um tratamento com ondas de choque, que será o próximo passo.
Após alguns dias, voltei a correr num evento da Garmin. A dor ainda está lá, embora muito disfarçada. Vou aumentar o volume de bicicleta e regressar à corrida de forma gradual.
Este foi o meu primeiro impacto com uma lesão séria, e fez-me pensar que, por mais que nos preparemos, imprevistos acontecem. No entanto, quero partilhar esta experiência no canal, não só como parte da minha história, mas também para inspirar outros atletas a ultrapassarem os seus próprios desafios.
O que muda a partir de agora?
Para além de intensificar o cuidado com o meu corpo, o resto mantém-se. Todos os projetos seguem em frente, e este será apenas mais um capítulo no meu percurso como atleta e criador de conteúdo.